terça-feira, julho 03, 2012

O Movimento Black Rio perde um de seus Pais...

A Cultura Black Carioca fica órfã de um grande Pai..., e por que não dizer a Cultura Black Nacional...?!

Oseas dos Santos, conhecido popularmente como “Mr. Funky Santos” morreu domingo (01/07/12), aos 61 anos, devido complicações nos pulmões decorrentes de um câncer no estômago e foi sepultado segunda-feira à tarde, no Cemitério de Inhaúma (zona norte carioca)... Durante o velório, nomes importantes como “Bira (Fã Club de James Brown)”, “Fernando Chaves (FC 1B)”, “Peixinho”, “Samuel”, “Rômulo Costa (Furacão 2000)” e “Sir Dema” prestaram suas homenagens a um dos ícones da Black Rio...

“Mr. Funky Santos”, um nome que não pode ser esquecido por aqueles que militam na contramão do sistema... Um dos grandes popularizadores da Black Music no Rio de Janeiro entre as décadas de 70 e 80, Funky Santos trouxe aos bailes da época a original “Funk Music”, como foi o caso do Astoria Futebol Clube, no bairro do Catumbi (região central), onde em 1969 o público era catequizado com a Consciência Soul.

Algum tempo depois, no Renascença Clube, no bairro do Andaraí (zona Norte) – considerado o Berço da Cultura Black Carioca – Funky Santos contribuiria ainda mais conceituando a Black Music junto aos intelectuais do Movimento Negro e do Samba.     

Entre os anos 70 e 80, compilações em forma de LP contendo a foto de Funky Santos estampada na capa, se tornaram uma cartilha para os adeptos da Nova Cultura, que, num futuro bem próximo resultaria no nascimento do “Movimento Charme”, tendo em sua condução um fiel aprendiz: “DJ Corello”.    

Nas rádios Imprensa e Roquete Pinto, “Mr. Funky Santos”, em plena época de repressão militar, teve o ímpeto de levar ao ar a trilha sonora dos meninos de cabelo black que só queriam ter a liberdade de ir, vir e assumir aquilo que sentiam...   

“Ele era simples, de fala mansa e grande amigo... Um dos maiores Discotecários que o Brasil já teve”.
(DJ Sir Dema).

“Um vazio toma conta agora, pois Funky Santos foi quem começou os bailes no subúrbio, além de apresentar a música negra com muita autonomia. É o mentor de muitos DJs da velha escola que ainda estão por aí”.

(DJ Bonecko – autor do livro “DJs, Quem são Vocês...?!”)
       
O que mais me conforta neste momento é saber que, em algum lugar no Além, uma grande festa está rolando com as presenças ilustres de “Big Boy”, “Ademir Lemos”, “Messiê Limá”, “Cidinho Cambalhota” e “Mr. Funky Santos” como o promoter deste eterno baile...

Paz e Respeito eternos em nome da Zulu Nation Brasil!

(1951 - 2012)
DJ “Zulu” TR.