segunda-feira, janeiro 23, 2012

A importância do Hip-Hop na economia americana em "The Tanning of America"...


Atualmente, rappers como Jay-Z, Kanie West, Snoop Dogg, 50 Cent se apresentam em grandes casas ou estádios, ditam a moda e o comportamento das ruas e são de fato o elo entre os guetos e a burguesia. Controverso ou extremamente politizado este é o Hip-Hop ou talvez um dos muitos frutos produzidos por essa frondosa árvore conhecida como “Cultura Hip-Hop”. Explicar esse fenômeno que emergiu dos bairros pobres dos EUA é o compromisso do livro "The Tanning of America" (O Bronzeamento da America), do publicitário e empresário “Steve Stoute”.
São 290 páginas que descrevem como o Hip-Hop abandonou a marginalidade e conquistou a indústria norte-americana, estimulando uma análise profunda acerca das alianças com grandes grifes da moda e da tecnologia e de como esses artistas elevaram seus (simples) produtos a um mercado consumidor tido como inacessível.  
"The Tanning of America retrata como a Cultura do Hip-Hop promoveu o crescimento de marcas tão diversas como Tommy Hilfiger, champanhe Cristal, Versace, Timberland, Nordica e Woolrich", ressalta O editor da revista Vanity Fair, “Gray Don Carter”, também prefaciador do livro.
"Comparando os dados de venda dos álbuns com os códigos postais e as áreas de comercialização, percebi uma tendência no consumo das novas gerações diferente da anterior, que eu chamei de tanning. Era um mercado diferente e um processo que todo mundo estava junto", explica Stoute em entrevista à revista Harvard Business review.
O livro faz uma excelente abordagem sobre o marco zero de todo esse boom, em 1986, quando o “Run DMC” fez um show no Madison Square Garden — diga-se de passagem, um dos primeiros eventos da música negra com devido reconhecimento da mídia, fora dos guetos. A marca esportiva “Adidas” se encontrava em uma entressafra comercial difícil nos EUA e o Run DMC cantou em seu show My Adidas e fez o público levantar os tênis das três listras em delírio, para a perplexidade dos donos da grife alemã. "Eles testemunharam 20 mil jovens segurando seus produtos e, imediatamente, viram o potencial econômico dessa nova forma de entretenimento", relembra o autor.
Enquanto "The Tanning of America" não aparece por aqui traduzido para o nosso idioma, a grande dica (e sem qualquer jabá) é o livro “Acorda Hip-Hop!”, de minha autoria – DJ TR –, lançado em 2007 pela série Tramas Urbanas, da editora Aeroplano. Além de fazer uma detalhada tour sobre as origens do Hip-Hop, livro também faz um sobrevôo sobre como se deu a ascensão social do movimento no mercado da moda e do entretenimento, além é claro de desvendar todas a influências geradas no Brasil na construção do nosso próprio Hip-Hop...

Boa leitura!

DJ TR.